terça-feira, 24 de agosto de 2010

Hoje o dia está bom pra... dourar a pílula!

Quando acordei de manhã com o apito chato do despertador, o que eu ouvia mesmo, ecoando na minha cabeça, era uma voz masculina, desconhecida (provavelmente um mero personagem de mais um dos meus sonhos bizarros) dizendo assim pra mim: "E quem é que vai dourar essa pílula?". Achou sem sentido? Eu também. Principalmente assim, sem contexto - o susto do alarme me fez esquecer toda e qualquer parte do enredo do sonho. Enfim, levantei da cama repetindo "Quem é que vai dourar essa pílula" e assim fiquei por alguns minutos, repetindo e repetindo... O fato é que esta frase me deixou intrigada o dia todo! Até que na hora do almoço não resisti e entrei na fonte de todas as respostas para todos os questionamentos de todos os mundos - o google - e digitei lá: "dourar a pílula". De onde afinal veio essa bendita expressão, hein? E descobri que tem a ver com o fato de que, na antigüidade, os boticários embrulhavam os remedinhos de sabor horroroso que preparavam em papéis lindos e finos, cheios de requinte, pra melhorar a aparência dos medicamentos. Só assim pro enfermo ter coragem de tomar o xarope! Ou, ao pé da letra, pra fazer alguém engolir uma droga qualquer, o jeito é pintar de ouro...

E uma coisa puxa a outra. Quase que imediatamente me vieram muitíssimas outras expressões do dia-a-dia que a gente bota pra fora da boca sem nem pensar de onde saíram. Uma delas (tenho um amigo no trabalho que repete essa bastante) é a famosa "levantar a lebre". Sempre que tocamos num assunto qualquer que pode gerar discussão, ele solta: "Eu é que não vou levantar essa lebre!" e sai andando sem olhar pra trás, do tipo "me inclua fora dessa"... Mas essa é bem fácil de imaginar de onde veio! Fecha os olhos e realiza a seguinte cena: Dia de caça... os homens todos no mato atrás da tal da lebre... até que o desavisado se depara com o bichinho cheirando seu pé. Um lindo coelhinho! - ele pensa. Aí, num ato de total falta de noção, o indiscreto levanta a lebre, todo feliz, e grita: "Aqui, pessoal!" Pronto!!! Esse levou tiro na certa!

Agora, tem umas expressões que eu quebro a cabeça mas não consigo imaginar. Tipo "dar sopa". Eu mesma uso muito: "O porteiro tava dando sopa na frente do prédio aí eu pedi pra ele me ajudar a carregar as compras". Eu não entendo como alguém pode estar dando sopa e ao mesmo tempo estar disponível pra quebrar seu galho. Até porque quebrar um galho pode ser uma mão na roda. E digamos que de repente o sujeito que tava te dando uma mãozinha resolva dar uma de João sem braço e te deixe na mão. Bom, se na mão que sobrou você estiver com a faca e o queijo, então não precisa de mais ninguém. Leva as compras sozinho e vai-se embora pra casa!