sábado, 28 de janeiro de 2012

Hoje o dia está bom pra... ir à feira

Todo sábado de manhã tem em Santos uma feira de flores, frutas, verduras e legumes frescos, na Av. General Francisco Glicério, entre os Canais 1 e 2. São uns 750 metros da avenida que fecham para a feira. Além do tradicional, também é possível encontrar umas delícias mais elaboradas, como queijos, embutidos, defumados, conservas, muitas especiarias e os clássicos “pastéis paulista”, uns verdadeiros travesseiros de massa recheados de tudo que se sonhar.

Hoje aproveitei que amanheceu sem chuva pra ir à feira comprar uns ingredientes que faltavam pra salada de bacalhau que eu queria fazer. Acabei levando mais do que o planejado. Não resisti aos morangos, framboesas e cerejas frescas, fruta do conde, tomates holandeses, chalotas, pimenta da síria, ovos vermelhos e biju, tão sedutores...

Mas o super interessante da feira é a experiência antropológica de se rodar por alguns minutos ali dentro daquele universo peculiar e constatar que aquela poderia ser uma feira em qualquer outro lugar do mundo. Feira é sempre feira: os personagens parecem ser os mesmos, só mudam os sotaques e as frutas da época. E parece até haver uma espécie de script e set list do que deve ser repetido para caracterizar uma feira.

Aqui em Santos, os comerciantes do ramo são predominantemente portugueses, o que se nota pelos EREs ao invés de ERREs, pelo cantado das falas, pelo jeito de enrolar as compras no jornal e barbante. Acho lindo. E por isso, o diálogo a seguir (frases ditas e ouvidas ao léu) que registrei na minha visita à feira neste sábado de sol, deve ser lido com pronúncia lusitana. Pode não fazer muito sentido, assim, transcrito, pois as diferentes cenas e assuntos se misturavam numa sinfonia de vozes, brados, cantorias e bate-boca. Mas feira que se preze é assim mesmo.

- Bom dia, princesa!
- Olha a cebola roxa!
- ♫ As andorinhas voltaram...
- E essa menina linda, tão grande, quem é?
- Alho roxo! Alho roxo!
- Tem alho roxo também! É cebola roxa e alho roxo!
- Ah essa aqui eu achei ali na rua e peguei pra mim!
- ...e eu também voltei ♫.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Hoje o dia está bom pra... Feliz Desaniversário!

"Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então." Lewis Carrol

Ah, Alice... com freqüência esse mesmo pensamento me ocorre. E especialmente no dia do aniversário. A gente dá pra pensar em quantas vezes fomos tantas numa só. E quantas vezes seremos outras tantas? Quem eu era no meu último aniversário? E quem sou a partir de agora? Algo mudou de lá pra cá... me desfiz de alguns colares e chapéus, perdi alguma doçura, queimei algumas fichas em jogos ruins, deixei de crer no que era certo, cansei de alguma paz imposta, ensandeci algumas vezes, fui a mesma de tempos atrás, troquei de sabonete e de repertório com freqüência, apaguei alguns telefones da agenda, me acostumei com o ronco do ar e com o band-aid nos calos. Mas também foram largos os sorrisos, vastos os passos, longas as tardes, castos os abraços, puros os versos e, a culpa, essa foi apenas... vã. Porque, se errar por amor, deus abençoa.
...
E é isso aí.

Bem, mudando de assunto (mas nem tanto assim), esse é meu último ano na casa dos 20! Vê se pode uma coisa dessas... foi assim tão... de repente! É assustador pensar que a partir de agora só tenho um ano pra realizar tudo o que um dia imaginei fazer antes dos 30! E afinal, o que quero fazer antes dos 30??? E, sobretudo, o que preciso fazer antes dos 30? A minha tatuagem, por exemplo, que há anos decidi fazer e ainda não tive coragem... por que mesmo eu ainda não fiz? A minha justificativa – que dou a mim mesma – é digna: quero, antes da definitiva, fazer um teste de henna pra ver como vai ficar. Ok, ok... e por que diabos ainda não fiz nem a de henna? Bom, não tem desculpa.

Então, resolução nº 1 de aniversário: fazer uma tatuagem de henna da próxima vez que eu encontrar um discípulo de Bob Marley na praia oferecendo seus serviços (os não ilícitos, claro!).

Por hora é só. Até porque os 29 chegaram tão de supetão que não tive muito tempo de pensar nas minhas resoluções.

E pra finalizar – porque o melhor sempre vem por último – não queria deixar de registrar que, assim como tenho feito questão nos últimos anos, o meu feliz aniversário vem sendo uma oportunidade de encontrar alguns dos meus grandes e queridos amigos. Esse ano, como não poderia deixar de ser, nesse espírito aí da Alice, festejamos com um chá no País das MARavÍLIAs (a festa é minha e eu chamo como eu quiser!) regado a suco de frutas, clericot, licor, petit-fours, quindins, pães de mel e cupcakes. E o mais gostoso: meus amigos! Obrigada por comparecerem à festa e pela presença na minha vida!