sábado, 4 de junho de 2011

Hoje o dia está bom pra... Palavras-Chaves

Chamo de Palavras-Chaves aquelas coisas que a gente diz no momento errado e no local inoportuno, principalmente em momentos de silêncio e em locais onde seja impossível disfarçar ou sair de fininho, evitando maiores constrangimentos. Isso lembra alguma coisa? Sim, o Chaves é um mestre nessa arte, e foi nele mesmo que me inspirei pra dar nome aos micos ou gafes que a todo instante gente de todo o mundo solta por aí.

O curioso é que, muitas vezes, as Palavras-Chaves não têm algum significado relevante ou a menor intenção de causar embaraços. São livres de qualquer malícia. Mas o contexto pode tornar um simples comentário, em ocasião infeliz, numa pérola memorável.

Creio que alguns ambientes favoreçam a transformação de palavrinhas inocentes em Palavras-Chaves. Um bom exemplo disso era o ICEX – Instituto de Ciências Exatas – da UFMG, cujo próprio nome já era motivo para piadinhas e trocadilhos por parte dos garotos que só conseguiam “pensar naquilo” (natural, considerando que os universitários sub-20 que freqüentavam o ICEX deviam estar no auge hormonal). De fato, os corredores e salas do ICEX exalavam cheiro de homem, uma mistura de suor e hormônios – mais suor, eu acho, porque às vezes não era um cheiro lá muito bom – isso devido à alta concentração deles: estudantes de engenharia no ciclo básico. E entre eles, havia nós, as meninas, que, mesmo sem querer, chamávamos atenção em meio aos marmanjos ávidos por uma brecha pra emanar suas hi-lá-ri-as piadinhas e trocadilhos... Por isso, todo cuidado era pouco e cada palavra devia ser cuidadosamente medida antes de sair boca afora. Mas... às vezes era inevitável. E não podemos culpar apenas a mente poluída dos garotos. Algumas Palavras-Chaves parecem estar predestinadas à notoriedade.

A seguir, transcrevo algumas das pérolas mais famosas do ICEX:

1) “Qual é mesmo seu nome? Só consigo me lembrar do pinto”
Proferida por: mim
Condições: segundo dia de aula de física experimental, na turma de mecânica, em que eu era o único exemplar feminino do recinto; em voz alta e no exato instante em que todos os meninos tinham calado a boca.
Contexto: o colega ao qual foi direcionada a pergunta era minha dupla de bancada e se chamava “Fulano de Tal da Silva Pinto” e eu precisava de seu nome completo para pôr no relatório da aula.
Desfecho: ninguém riu, tamanho foi o constrangimento, inclusive para os meninos; até que o simpático colega disse seu nome completo em voz alta, dando ênfase no Pinto.

2) “O cabelo de baixo é sempre pior que o de cima”
Proferida por: uma colega que, obviamente, prefere não ser identificada.
Condições: sentadas em roda, no corredor, durante uma partida de buraco, e no exato momento em que um colega saiu da sala e passou por nós.
Contexto: discutíamos efusivamente se os fiozinhos que nascem na nuca, por baixo dos cabelos – aqueles fiozinhos que ficam soltos quando você prende um rabo de cavalo – seriam melhores ou piores que os fios de cima do cabelo, expostos às intempéries.
Desfecho: não chegamos a alguma conclusão; ao perceber a gafe, rimos bastante, juntamos o baralho e voltamos pra aula; o garoto, coitado, até hoje deve se lembrar das meninas insanas que matavam aula pra discutir intimidades em público.

Palavras-Chaves são ditas por aí, a todo momento... você deve se lembrar de alguma!

Um comentário:

  1. Hahaha! Adorei! "Palavras-Chaves" é o nome perfeito. Com sua licença, vou incluir no meu vocabulário. :)

    Bjos

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