domingo, 10 de julho de 2011

Hoje o dia está bom pra... uma nova receita de brownie!

É engraçado como a culinária é uma mistura perfeita entre arte e ciência exata. É arte sim, porque requer talento, feeling e inspiração. Mas é também ciência, já que tudo não passa de um conjunto – complexo, diga-se de passagem – de reações químicas.

Eu não posso dizer que domino a faculdade da culinária, mas creio que a minha alma de artista esforçada e meu parco conhecimento de química, juntos, consigam ser capazes de produzir umas receitas até maneirinhas.

Hoje foi um brownie. Cismei que queria-fazer-e-pronto-acabou. Tinha a receita, mas os ingredientes eu só fui verificar que faltavam depois de quebrados os ovos e do leite derramado. O jeito era fazer com o que tinha em casa mesmo... se tava faltando ingrediente, ia ter que sobrar imaginação – e técnica, claro.

Lei de Lavoisier: Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se... copia.


Então confesso que me baseei, sim, numa receita que alguém inventou, antes de mim. Deve funcionar, mas ainda não tive a chance de testar:

- 1 xíc. (chá) de farinha de trigo;
- 2 xíc. (chá) de Nescau;
- 1 xíc. (chá) de açúcar refinado;
- 3 ovos;
- 1 colher (sopa) bem cheia de manteiga;
- 1 xíc. (café) de leite;
- nozes, castanhas e avelãs picadas;
- 1 colher (sopa) de fermento em pó.


Modo de fazer: misturar muito bem a farinha, o Nescau, o açúcar, os ovos e a manteiga. Acrescentar o leite e misturar bem. Adicionar as castanhas picadas e por último o fermento. Assar em forma média retangular, untada e polvilhada com farinha de trigo, a 180 graus, por aproximadamente 30 min.

Modo como eu fiz:
Ok, a minha receita é simples e consiste, basicamente, na técnica da substituição e na arte do bom senso. Mudei só alguns (pequenos) detalhes:

No lugar da farinha de trigo usei a FSG – farinha sem glúten, da Aminna, à base de farinha de arroz, fécula de batata e fécula de mandioca. É uma alternativa sem glúten à farinha de trigo. Nescau não tinha... e vamos combinar que o chocolate em pó do Padre é bem mais gostoso e deixa o brownie bem mais pretinho, então achei uma boa idéia usá-lo pra substituir. Detalhe, eu só tinha suficiente pra encher 1 xícara. Então a segunda xícara de Nescau eu troquei por uma xícara de... ovos de páscoa quebrados (reciclagem, minha gente). Como o ovo de páscoa que eu usei era o Ferrero Rocher, tinha até uns pedacinhos de avelãs que ajudaram a dar mais gostosura ainda pro bolo. Derreti em banho-maria, pra incorporar melhor à massa. Açúcar refinado eu não gosto não... aqui em casa só compro demerara, que é mais saudável. O demerara é um um tipo de açúcar cristal, mas mais escuro porque não sofre processo de branqueamento. Seus valores nutricionais são similares ao do açúcar mascavo. Já o refinado recebe adição de gás sulfídrico e outras substâncias químicas para ficar claro. Nesse processo, o açúcar refinado perde vitaminas e sais minerais. Então, tome demerara! Ovos, eu só tinha dois, e a receita pedia três. Então compensei na manteiga. Ao invés de 1 colher cheia, usei duas. Devo dizer que além de ingredientes, também não possuo certos utensílios de cozinha. Então para 1 xícara (café) eu medi 100 mL de leite (1 colher de leite em pó, diluído em água). Usei castanhas do pará e nozes picadas. Também usei alguns cookies sem glúten, sabor chocolate, quebrados (olha a reciclagem de novo). Por fim, 1 colher de fermento em pó, como manda a receita original (ufa, ao menos isso!)

Assei por meia hora a 180 graus, numa forma de teflon retangular, tamanho médio, sem untar.

Como diria a dona gaúcha da Cantina onde eu almoço: “Ficou ma-ra-vi-lho-so, muuuito saudável e fui EU que fiz!”

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